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A conversa foi realmente muito produtiva com Nathaniel. As informações foram bem validadas. E ao mesmo tempo deixou as emoções do hospedeiro Theodore mais tranquilo, ao fato do Luciferiano ter prometido que vai averiguar o caso da morte da família do mortal quando pudesse. E até Frazael sentiu-se feliz com isso, mas porquê ? Realmente sua alma vinculada ao do jovem pastor esta conseguindo desfrutar coisas boas, ao ponto de nem toda a humanidade é corrupta. Ou isso seria apenas um fruto da imaginação do Elohim ?

Nathaniel retirou o dinheiro do bolso interno do sobretudo e colocou em cima da mesa. Ele analisou a hora no relógio em seu pulso, se ergueu e estendeu a mão para um cumprimento e responde o Diabo:

─ Infelizmente o Alto Tormento é algo vindo do mais profundo Inferno. Não é algo bom, grande Frazael. Eu como disse, o que saiu, não será visto com bons olhos por nós Luciferianos, até para os Rapinantes que são os mais radicais, não será visto como coisa boa. É algo poderoso e terrível para nós irmão... E quanto a família do seu hospedeiro, relaxa, eu vou investigar quando tiver a oportunidade. Tenho meus compromissos como Luciferiano, tentarei deixar tudo à parte. Irei invoca-lo, assim que descobrir algo. Até e boa sorte ! -

Ele apoiou a mão em seu ombro como um segundo cumprimento e passou pelo jovem. Ele despediu-se da garota e do dono que pareciam conhecer bem o jovem Derick Graven e a qual Nathaniel mascarei-a como se fosse o hospedeiro ou poderia estar vinculado, para deixar tudo bem, como Frazael faz com Theo. Porém o rapaz ouviu a voz do dono do bar de "Obrigado e Volte Sempre..." E a garota deu um suave tchau e sorrindo. Agora ele sai pela porta e podia sentir a brisa gélida de Londres, agora seu novo caminho é o hospital e encontrar o Soberano dos Luciferianos, o Algoz conhecido como o Mestre das Almas.

A cidade estava toda festiva em relação a aproximação do natal. Músicas natalinas, enfeites de papai noel, árvores de natal sendo vendidas pelas lojas e era uma confusão só. Muita gente nas calçadas, mas nada impedia o caminho do Elohim que segue para o sul e assim chegar até o hospital, pois pela cabeça do hospedeiro, ele sabe exatamente onde fica o local que deve chegar.  Quase quarenta minutos andando, parou algumas vezes para observar as arquiteturas da cidade que para o anjo são belas. O que lhe atraiu mesmo é a St. Paul's Cathedral, magnífica os traços, imagens de anjos e magnitude de crentes. Isso até confortou ambos os sentimentos e o coração de Theodore. Mas depois que seguiu o caminho chegou em seu destino. Estava de frente para o enorme portão gradeado do hospital, tem a entrada normal ao lado, uma porta dupla de madeira, a qual entra pessoas e sai. Um pouco mais ao lado, uma outra área com rampa para idosos e deficientes físicos passarem com mais precisão, pois a entrada principal é uma escadaria de mármore acinzentada. E agora, como achar o Elohim ? E ao mesmo tempo chegar até ele. Era tudo ou nada para o sistema da nova morada de Frazael. Seu coração palpitou, seu não, e sim de White. Talvez seja porque irá encontrar algo de supremacia neste local ? Ou é a angustia do Caído falando mais alto ?


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Aquela conversa com Nathaniel foi confortante; tanto para Frazael quanto para Theodore. Era ótimo conversar com outro Elohim e, ainda melhor, quando o bate-papo rendia boas informações. Foi pensando nisso que o Caído percorreu o caminho até o hospital. Toda aquela decoração de natal era engraçada. Frazael não conseguia debochar daquilo tudo com a sua superioridade angelical porque Theodore se mantinha extremamente preso àquela festividade. Não importava o nível de destruição da sua alma: Papai Noel, enfeites coloridos e presentes eram sempre bem-vindos.

Frazael também reservou alguns instantes para observar a Igreja. Gostaria o Elohim ter toda aquela Fé sobre ele. Seria o Caído mais poderoso do mundo. Poderia colocar em práticas os seus planos para fazer da humanidade algo melhor.

Finalmente chegou ao hospital. Lá Frazael esperava encontrar alguma luz no final do túnel. Estava há duas semanas em Londres e não sabia por onde começar a procurar por Lúcifer, dar continuidade ao seu plano divino...

Theodore entrou sem pressa pelo portão ao lado. Deixou os doentes passarem na frente. Sentiu vontade de fumar, mas achou que aquele não era o melhor lugar para sustentar o seu vício. Tinha em mente que precisava falar com Thomas Sengsth. Ou melhor, Mikael para os Caídos. Theodore tentaria do jeito tradicional primeiro, falando na recepção.

– Boa tarde. – disse enquanto sorria para a mulher atrás da mesa. – Gostaria de falar com Dr. Thomas Sengsth. Meu nome é Theodore White.

Talvez não fosse tão simples assim, mas não custava tentar. Caso a primeira tentativa fosse falha, Theo complementaria: – Diga que Derick Graven pediu para que conversássemos. Ahn, – fez uma pausa rindo de canto de boca, como se se lembrasse de algo repentinamente – Derick Graven é muito formal, diga que falo do Nathan.  

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Logo seria o final de tarde. Era ríspido esses horários em Londres, um sol bem lindo, mas o inverno o faz apenas brilhar, nada de um suporte para esquentar toda a humanidade. O Terrestre sabe que daqui à duas semanas há previsões de neve, a qual a cidade será preenchida pela brancura de todos os flocos caindo dos céus desta cidade. Realmente a conversa com o Luciferiano Nathaniel foi de grande proporção ao Diabo. Mas seguiu seus passos e disse que iria ajuda-lo se fosse possível, seria mesmo ? Isso até aliviou o coração do hospedeiro Theo, o Elohim sente-se até melhor dentro dele. Uma comunhão sem discriminação. O próprio Frazael aos pouco sente na pele a perda da família do jovem pastor. E ele viu que nem todas são merecedores do fim dos tempos. Por isso ele acha que os Rapinantes são os piores e disso as duas facções nunca se deram tão bem. Mas agora, ele irá conhecer o grande Mestre das Almas, o Soberano do Abismo, Mikael.

Em passos firmes, ele deixou as pessoas passarem e logo adentrou. Bem melhor, mas quente que lá fora. De frente uma recepção grande, apenas uma mulher atendendo. Ao seu lado esquerdo várias cadeiras sincronizadas e algumas pessoas ali sentadas. Maioria idosos e crianças. Com expressão de silêncio e tristeza. Todos doentes ou até dor. O Celestial podia sentir isso vindo deles. No mesmo lado ao canto um portal para um corredor, mas há um segurança parado em seu posto de vigilância. Do lado direito um bebedouro, uma cafeteira e uma televisão ligada passando reportagem. Uma porta dupla de madeira aberta a qual da acesso as macas e os carros que chegam de emergência. E ao fundo uma escada e elevador ao lado. E de todas as formas entre a escada e o elevador mais um segurança. Era um hospital público, mesmo assim bem organizado e limpo. Isso é bom.

Sua voz chegou até a mulher a qual estava fazendo algumas anotações. Ela ouvia o rapaz e pelas mudanças de nomes, ela fez uma expressão de ter ficado confusa. Ela até sorriu para o mesmo e respondeu amigavelmente:

─ Boa tarde senhor White. Certo, mas o Doutor Sengsth esta bem ocupado. Qual seria a sua importância para eu tentar contacta-lo. Pois sua área é bem distinta de nosso... -

A mulher parou do nada e suas mãos foram em sua cabeça como se tivesse sentindo uma dor forte. Baixou a cabeça, mas logo parou. Nota ela voltando os olhos para o Elohim, mas ele sentiu algo de estranho. Algum tipo de poder ecoou ali próximo. Desta vez a mulher desenha um sorriso para ti e a cor dos olhos da recepcionista estão negros como o abismo e com uma voz diabólica e feminina ela completa:

─ Fiquei sabendo de sua vinda Frazael... -

Logo os olhos voltaram ao normal e ela olhou para o segurança do elevador e diz com a voz normal:

─ Libere a passagem para este homem. É o novo sucessor do senhor Sengsth. Ele o aguarda. -

Ela voltou a lhe olhar e sorrindo, mais uma vez os olhos ficam negros e ela responde com a voz diabólica. E o estranho é como se ninguém visse ou ouviste aquilo:

─ Pronto, só descer até o B2, estarei no final do corredor. No necrotério... Venha Diabo, até mim... -

O segurança apertou o botão esperou que se aproximasse e dizia sorrindo aquele homem negro e bem robusto:

─ Boa tarde senhor e bem-vindo. -

Em seguida as portas se abriram, e saiu um casal de médicos conversando e agora o espaço esta vazio para que o Elohim adentre e chegue até o Algoz. De todas as formas para Theodore é assustador, mas Frazel já era acostumada com tais truques que provinham do Abismo.

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Lá dentro do hospital, assim como dentro do Pub, o clima era muito mais aconchegante. Como Theodore já conhecia, o St. Mary’s Hospital era lugar organizado e limpo. Frazael observou com certa curiosidade tudo aquilo. A primeira impressão que teve, apesar de boa, foi cautelosa. Aqueles dois seguranças poderiam ser grandes empecilhos.

A recepcionista não parecia ser a pessoa mais inteligente do mundo e, depois da sua fala, percebeu que não havia ficado claro. No momento em que Frazael foi recomeçar o raciocínio para explicar da melhor maneira possível onde queria chegar, seus olhos focaram diretamente nos olhos da mulher.

O Elohim não levou um susto. Quem ficou alerta foi Theodore. Frazael podia sentir. Abriu um sorriso e percebeu que nada tinha para ser falado. Ouviu o que Mikael tinha para dizer e seguiu as suas ordens. No entanto, Frazael ficou intrigado com o que a mulher falara para o segurança.

“Novo sucessor do senhor Sengsth”, pensou. O que isso significava?

Sem mais delongas, o Diabo esperou que a porta do elevador abrisse. Deu espaço para que os dois médicos saíssem, sempre sorrindo e carismático. Ao entrar, apertou o botão B2. Assim que abriu a porta novamente, esperava ver o Algoz. Frazael estava pronto para o que o destino estivesse guardando a ele.

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A porta se fecha, o Elohim sente aquela sensação estranha desapareceu em relação com a mulher na recepção. Enquanto isso a recepcionista fecha os olhos, balança sua cabeça sem entender nada, parecendo estar confusa. E diz para si mesma:

─ Estranho, que aconteceu comigo ? Esquisito... Deixa quieto, juro que estava falando com alguém... Mas quem ? -

Então o telefone toca ela olha atende e tudo volta ao normal. Nem se quer deve se lembrar que o belo rapaz acabaste de entrar ao elevador. Assim indo ao encontro d Mikael, o Mestre das Almas.


Sozinho dentro do elevador, apertou o B2 e ele começou a descer. Em menos de um minuto ele para e a porta se abre. Dando acesso a um corredor mais escuro e não tão limpo quanto a parte superior do hospital. É um largo corredor, algumas macas vazias empilhadas ao canto esquerdo. As paredes brancas descascadas aos lados e teto. Lá na frente uma porta dupla de plástico grosso, aquelas a qual você empurra e passa e elas voltam para seu local. Com dois redondos de cada lado como se fosse para ver do outro lado. Ele caminha até a porta e passando, nota de frente uma porta de madeira e ao canto direito parede e ao esquerdo a entrada do necrotério. Gavetas de metal, várias, algumas macas e alguns corpos em várias cobertas com panos branco e etiquetas em seus pés. Aquele cheiro forte de formol e outros produtos químicos para limpeza dos corpos. Escuta o som de aço, quando adentra ao fundo nota um homem de jaleco branco, de costa, cabelo grisalho e meio corcunda analisando um corpo feminino a sua frente. Parece que nem percebeu a chegada do Diabo, mas ele estava errado. Logo ouviu a voz elegante ecoando por aquele local:

─ Estava a sua espera Frazael... Não se acanhe irmão. Luciferiano é sempre bem-vindo em meu ninho de trabalho. Digo, de Thomas. Mas temos quase tudo em comum. Aproxime-se por gentileza e o que deseja, jovem Elohim ? Estamos a sós, não se preocupe em falarmos sobre nossos assuntos verdadeiros. -

Nem se quer se virou e nada, é como se ele estivesse cortando algo e concentrado. De todas as formas, ao fundo nas sombras ele tem a impressão de ter visto um par de asas de sombras se recolhendo até o som, mas tudo pelas sombras do legista e nada fisicamente.

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Frazael andava calmamente pelo corredor. Sentia que se aproximava de uma força superior. De certo, Mikael estava ali. Quando o Elohim abriu a porta para o necrotério, percebeu a presença de um homem. Apesar de estar de costas, era possível notar algumas de suas características. Seu cabelo grisalho denunciava uma idade mais avançada. Aquele ambiente mórbido era perfeito para Miakel, o Algoz.

Por alguns instantes Frazael se perguntou como o Elohim a sua frente se apossou do corpo daquele médico. O convívio com tantos mortos teria destruído a sua humanidade? Antes que seus pensamentos pudessem continuar a voar, a voz daquele ser a sua frente, meio vivo, meio morto, quebrou o silêncio.

– É um prazer estar aqui, Mikael. – disse com franqueza. – Estive conversando com Nathaniel mais cedo. Como estou há pouco tempo nesse mundo, ainda tenho algumas dúvidas. Os Sonhos, a grande explosão de Alto Tormento. Agora sei que não estou louco, ainda. Com certeza você sabe do que estou falando. Mas o que, exatamente, tudo isso é e quer dizer?

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O cheiro dos produtos químicos usados para a limpeza e abertura dos corpos irrita o Terreno. Mas nada que possa para-lo. Seus passos logo se aproximaram daquele Elohim. Ficando uns dois metros atrás. Ele  parece ignorar o que Frazael pergunta sobre suas dúvidas, mas por sorte dele, apenas parecia ignorar, mas não.

O mesmo estava abrindo um corpo de uma mulher, do estômago até entre os seios fartos daquela defunta de cabelo loiros. Seu corpo parecia estar literalmente seco, enrugado como um maracujá azedo. Será que ele fez algo para ficar assim ? Logo ele soltou o bisturi de lado junto com o jogo de equipamento médico. Ficou ereto, lentamente tirou uma luva, logo a outra e jogou a lixeira ao lado. Ainda não foi possível ver seu rosto, então ele se vira. Aquele par de olhos azuis profundos que ele emitia, com aquela máscara cirúrgica ao rosto. Ele a solta de um lado e fica caído pendurado ao lado esquerdo. Ele baixa a toca e ele sorri estendendo a mão para o rapaz e diz:

─ Prazer jovem Frazael. Sua vinda será um grande sacrilégio em nome dos Luciferianos. Vejo que há muitas perguntas. Por favor, sente-se. -

Ele aponta para uma cadeira preta encostada e ele se senta em uma outra a qual arrasta pelas rodinhas ficando de frente ao Terreno. Quando o celestial tocaste na mão de Mikael, sentiu a frieza total e por sinal um choque térmico em todo o seu corpo ao ponto de vir a mente a família de Theo gritando por socorro e risadas ao fundo de como se pessoas se divertissem com a situação. Aquilo lhe deixou abatido. E ele completa se sentando:

─ Eu ainda não sei. Mas algo bom não é. Muitos de nós achávamos que seria o retorno do nosso Príncipe. Inclusive eu, mas agora algo me diz que não, pois hoje, minutos antes de chegar, senti algo, mas não era tão forte quanto da primeira vez. É algo tenebroso e pior do que o próprio Abismo jovem Elohim. As almas estão confusas, o que saiu, pode ser a causa de nossas visões. Eu também tive, creio que todos tenham tido. Infelizmente não tenho respostas concretas para isso. E ao tocar a sua mão... -

Ele pausou por seis segundos, passeando a língua por dentro da boca pensativo, logo os olhos voltaram a ti e completou:

─ Senti o sofrimento que seu hospedeiro sofreste, um homem de Fé, que por sinal abalou-se e você se apoderou-se. Interessante... Eu tive um vislumbre do que ocorreu naquela noite. Talvez, o caso ocorreu da mesma forma que aquela pobre coitada... -

Ele apenas direciona o rosto em direção da mulher a qual ele abria minutos atrás. Será que ele sabe o que matou a família de Theo ? Isso foi um alívio e ao mesmo tempo um nervosismo. E ele não poderia e isso acabaria com White novamente.


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Estar frente a frente com aquele homem era, ao mesmo tempo, intimidante e magnífico. Aqueles olhos azuis pareciam ser um poço de conhecimento e mistério. Sua aparência frágil, por outro lado, criavam uma empatia natural. O cheiro dos produtos químicos e a presença da morte começavam a fazer mal para Theodore. Mas Frazael segurava firme. Quando Mikael tocou a sua mão, algo estranho aconteceu. Um devaneio, talvez.

– O que você viu? – perguntou Frazael repentinamente. Era Theodore perguntando também.

Ele ficou em silêncio, esperando a resposta para aquela pergunta que o instigava tanto. Seria aquele o momento em que conheceria parte da verdade?

– Pensei sobre o nosso Príncipe – disse Frazael, retomando o controle da sua consciência e mudando de assunto, apesar de estar muito interessado na primeira resposta. – Mas se você está dizendo que na verdade é algo tenebroso... Talvez seja outra Entidade. Não acha que seria sensato conversar com alguém sobre aquela explosão de Alto Tormento? Alguém que possa ter uma ideia do que está acontecendo.

Frazael ficou mais uma vez em silêncio. Torcia para que as respostas fossem diretas e de grande valia.  

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Realmente ainda fica preso a mente do celestial sobre aquele toque de mão gélida de Mikael com o mesmo. Parece que ele viste coisas, mas sem detalhes específicos. Ele nota que o Soberano dos Luciferianos é um Terrestre bem tranquilo aparentemente, mas que cuidado seria este a qual Nathaniel lhe disse minutos atrás ? O mesmo desta vez desenha um sorriso suave ao rosto que por instante parecia ter congelado a alma do Diabo. Logo ele responde tranquilamente tirando o sorriso do rosto:

─ Infelizmente não é o nosso Estrela da Manhã jovem Frazael. E sobre o alto tormento, é algo que já foi um de nós, mas o mal e a destruição consumiu toda a sua alma. Algo diabólico, perverso e que foge de todo o nosso sistema. Algo que deve retornar para o Abismo o mais rápido possível. Daqui a duas noites haverá uma assembléia. E quero todos os Luciferianos presente, incluindo você meu amigo de causa. Amanhã saberemos o local certo, em seguida logo irei avisa-lo por invocação. Como a todos os outros, somos poucos, mas os outros também, o perigo em si, são os Rapinantes, estão em maior número. Esses loucos, tem que saber se comportarem. Tenha cuidado com eles. -

Ele pausou por alguns segundos, esperando o Diabo absorver bem as palavras e realmente ele sente na pele o problema que possa ser se Mikael estiver correto. Agora os olhos do caído a sua frente em questões de milésimos de segundos, Frazael teve a impressão que estavam negros, como o abismo e logo ele completou já com os olhos normais:

─ Eu sei da dor, que você esta passando jovem Diabo. Mas, talvez eu possa ajuda-lo em descobrir o que matou a família dele. Se realmente quer minha ajuda, vou ajuda-lo. Mas, pedirei um favor em troca. -

Ele agora desenha um sorriso mais falso que uma nota de três euros e esperando ouvir tais respostas. Será que ele será capaz de detectar a causa e quem matou realmente a família de Theodore ? Cai a ficha para Frazael... Talvez sim, ele esta diante do Algoz e conhecido como o Mestre das Almas.

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A mão do Theodore estava inquieta. Uma parte por estar tão perto de ter as primeiras pistas de quem matou seus familiares e outra parte causada pelo próprio Elohim: teria a sua primeira reunião com todos os Luciferianos de Londres. Frazael sabia de uma coisa: não estava mais sozinho.

O Diabo balançava a cabeça positivamente enquanto ouvia a voz do Algoz. Ciente de que suas mãos denunciavam um certo nervosismos, ele resolveu arrumar o cabelo vagarosamente enquanto pensava nas respostas, fazendo uma pausa razoável, e depois colocou-as no bolso. Assim, estavam protegidas.

– Será um prazer comparecer a assembleia. Marcarei na minha agenda – disse com um sorriso de canto de boca. – Sim, é preciso tomar cuidado com os Rapinantes. Confesso que estou um pouco nervoso sobre isso. Sabe... acabei de chegar e Theodore ainda está se acostumando com tudo isso. Preciso testar como está a minha real força.

Sobre a última resposta, Frazael e Theodore entraram em conflito. Theodore gritava incessantemente “sim” para a ajuda de Thomas, mas Frazael sabia que não poderia ficar devendo favores para todo mundo, como já estaria devendo para Nathaniel no Pub caso o investigador descobrisse alguma coisa.

– Sim. Preciso da sua ajuda – disse Frazael.

Frazael estaria devendo um favor para Mikael. Mas o próprio Theodore estava em débito com Frazael também e ambos sabiam disso.

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A conversa passou um bom tempo entre os dois terrenos. Um mais antigo e o outro bem jovem no mundo físico. Aquele cheiro forte de clorofórmio incomodava um pouco em relação ao ambiente que se encontram. Necrotério é literalmente um lar para os da casa Algoz no mundo físico, assim como os cemitérios. Mikael mantem-se em silêncio apenas olhando diretamente aos olhos do Diabo ouvindo-o. Ele apenas então tranquilamente responde Frazael após sua dedicação da assembléia:

─ Ótimo. Será importante apresenta-los aos outros que ainda compartilham dos desejos do nosso Príncipe Lúcifer. Amanhã enviarei um mensageiro lhe informando o local e a hora da reunião de domingo. Certo ? -

As mãos do Algoz agora se juntam e pausa em cima de seu próprio colo. Ele desenha um suave sorriso ao canto de boca e afirma com a cabeça de leve em resposta sobre a ajuda. Então ele lhe diz tranquilamente:

─ Certo, não se preocupe com o favor. Quando eu precisar irei avisa-lo. E dê-me até o final da noite de hoje que tenho certeza que encontrarei algo. Você vem comigo mais tarde até onde sua família, digo a família de sua casca foram enterrados. Eles foram enterrados né ? -

Levantou a sobrancelha esquerda esperando uma resposta. Mas Frazael sabe que Theo enterrou sim sua família, o cemitério de St. James. Sabe que a localidade fica nos dois lados da Swain's Lane em Highgate, ao lado do Waterlow Park. A entrada principal fica a norte da Oakshott Avenue. Existe outro portão que atualmente não é utilizado em Chester Road. O cemitério fica nos bairros de Camden, Harigey e Islington. A estação de metro mais próxima é Archway que faz parte da Northern line. É o maior cemitério de Londres e pro sinal foi em Camden a localização dos corpos de sua família que cruza literalmente quase três distritos da cidade.

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Aos poucos o cheiro forte de produtos químicos incomodava menos o Thedore. O tempo que estava ali foi o suficiente para que até mesmo os corpos expostos não lhe assustassem tanto mais. Era incrível:

“Corpos mortos parecem bonecos”, pensou Theodore.

Após ouvir sobre a assembleia novamente, Frazael confirmou.

– Certo – se limitou a dizer.

Frazael não precisaria se preocupar com os favores para o Algoz, isso era bom. Mas, diferentemente do Theodore, Frazael sabia que nenhum Anjo Caído era ingênuo e pactos e favores eram levados muito a sério.

– Sim, foram enterrados – disse Frazael depois de buscar a informação nas lembranças de Theodore. – Os corpos estão no cemitério St. James, ao lado do Waterlow Park. Você deve conhecer o local, não conhece? Enfim, a entrada principal é ao norte da Oakshott Avenue. Mas talvez seja melhor entrarmos pela entrada que não está mais em funcionamento, em Chester Road.

O dia estava sendo vantajoso. Quando acordou, não tinha nada em seu horizonte. Agora, começava a buscar os culpados pelo assassinato dos familiares de Theodore e, em dois dias, conheceria outros Luciferianos.

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Mikael apenas ouviu as palavras do Diabo, parecia analisar cada detalhe. Ele então sorria e se levanta da cadeira lentamente e estende a mão para Frazael e responde tranquilo:

─ Ótimo. Chester Road é o melhor para nós dois. Leve as ferramentas para desenterrarmos os corpos e a meia-noite estarei no portão. Não se atrase, tenho assuntos a resolver na madrugada ainda. E foi um prazer em conhecê-lo pessoalmente Frazael da falange do Estrela da Manhã, nosso Príncipe. E amanhã saberá a localização da assembléia. Se cuida e até mais tarde. Se quiser mais algo só dizer, pois que seja logo, tenho alguns corpos para analisar ainda para a polícia. -

Ele sorriu, esperou o aperto de mão e então se virou e caminhou de volta até a maca onde esta o corpo deitado. Ele espera ver a decisão e reação do Elohim e se o mesmo não tiver nada, ele apenas pega um novo par de luvas e volta a por a mão na massa.

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Estava certo, hoje de noite iria agir. Depois de ouvir as palavras do Algoz, percebeu que não tinha mais nada a ser dito. O único problema seria achar as ferramentas para desenterrar os mortos. Mentalmente, Frazael anotou que seria necessário somente uma pá. Mas onde ele conseguiria essa ferramenta?

Theodore não queria incomodar o demônio a sua frente, pedindo-lhe uma pá emprestada. Por esse motivo, somente sorriu e acenou com a cabeça um singelo “a deus”. De canto de olho, via Mikael mexendo em mais um morto. Dessa forma, Theo simplesmente acelerou o passo. Quando já estava na porta, pôde andar normalmente.

Frazael pensava onde conseguiria uma pá. Tentava se lembrar se tinha algo parecido em casa ou se havia uma loja de instrumentos velhos e usados por perto. Não tinha muito dinheiro para gastar.

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